quinta-feira, 14 de março de 2013

NÃO OLHE APENAS PARA O FOCO

Aquele senhor esperava pelo rabino há mais de duas horas. Estava já impaciente. Toda hora se levantava e perguntava para a secretária. “Ele já vem? Ele já vem? Ele já vem?” Num determinado momento o rabino abriu a porta e respondeu: “Eu já vim! Eu já vim! Eu já vim! Pode entrar!” O homem achou aquilo muito esquisito, mas precisava com urgência de falar com o mestre. “Senhor, estou passando uma vergonha danada. Lá no local onde eu trabalho, tem uma mulher que me acusou de assédio sexual. Acontece senhor, que estou com uma dença muito cruel e que me deixa super preocupado. Eu já sou comumente muito brincalhão. Como recurso para esquecer ou fugir de pensar em minha doença, costumo brincar demais agora. Ao brincar com ela, ela confundiu com assédio sexual. Ela me acusou. Não foi provado nada. Todos sabem que sou muito brincalhão mesmo. Aliás brincar e falar por meio de parábolas faz parte de nossa cultura, o senhor sabe disto. Mas estou sofrendo muito por isto!” O Rabino fez-lhe diversas perguntas sobre aquela mulher. Se ela tinha filhos. Se morava com seu marido. Como era sua vida, etc. Em seguida o mestre respondeu: “Meu prezado filho você deve agradecer ao Eterno por tudo isto! Primeiramente por ter-se esquecido de focalizar em sua doença enquanto sofria pela falsa acusação do assédio. Em segundo lugar por criar oportunidade para aquela mulher se desabafar depois de ter sofrido tantas decepções com outros homens. Assim ela vai ficando mais leve, mais leve e um dia se arrependerá do que fez. Em terceiro lugar, uma circunstância aparente pode enganar a qualquer um. Você perguntava a toda hora “ele já vem”. No entanto eu estava terminando uns trabalhos no escritório. Você pensava que eu vinha da rua. A secretária pensava que você estava se referindo a mim dentro do escritório. Por isto eu disse “eu já vim”. Aprenda a olhar as coisas não para um foco central, mas de forma ampla e holística.”

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