Chegou dia do perdão. À tardezinha de ontem até hoje ao cair da tarde comemoraremos este dia. Yom Kippur é um momento de reflexão. O simples fato de refletir, já significa muita coisa. Só é possível refletir quando se está conectado com o Eterno Criador dos Mundos. Para ver-se, há que estar acima do ego. O olho que tudo vê, observa os movimentos egoístas, que são nossos piores inimigos.
Neste dia pediremos ao Criador, perdão pelos desvios de nosso ego. Ele nos engana constantemente. Quantas vezes dizemos que somos muito trabalhadores. Exibimos como uma qualidade rara do ser humano. Mas pode estar escondida atrás desta corrida pelo trabalho excessivo, um defeito muito grande. Por exemplo: o desejo de possuir mais bens materais do que os outros!
Quantas vezes dizemos que somos muito bondosos. Escondida atrás desta bondade superficial pode residir a exploração de nossos próximos. Ela poderá vir sob diversas formas, sejam elas publicitárias, psicológicas como carência de afetos ou políticas.
Quantas vezes dizemos que somos pacíficos, pois concordamos com tudo e todos. Isto não é correto. Ficar em cima do muro, não é uma atitude bem vista aos olhos de Adonai Elohênu. Podemos ser pacíficos sim, mas interiormente. O que não significa que tomemos partido por um estado de igualdade, de distribuição de rendas, de decência nas relações políticas e sociais. Mahatma Gandhi cabe aqui como um bom exemplo de pacificador e transformador social.
Outro nobre exemplo é o de Luther King buscando direito e igualdade para os povos. Outro inesquecível pacifista: John Lennon!
Neste dia de hoje pediremos ao Eterno perdão pelos erros de nosso ego. Ao nos vermos frente a frente, reconheceremos onde tropeçamos. Visuaremos a curva da estrada por onde nos desviamos do verdadeiro caminho, da fonte da água eterna.
Lembraremos que nosso ego não é nosso eu superior. Nosso ego está ligado aos nossos pensamentos, sentimentos, desejos, emoções, corpo físico. O corpo físico composto de átomos, células, moléculas, sistemas é dependente do tempo e do espaço. Os pensamentos, sentimentos, desejos, emoções não estão ligados ao espaço, porém estão ligados ao tempo. Um pensamento tem seu momento que começa e que termina, assim como os desejos, sentimentos e emoções. O ego está ligado ao tempo e ao espaço. Mas aquele olho que tudo vê e tem sua luz dentro de nós, não está ligado nem ao tempo nem ao espaço. Quando observamos como pensamos, sentimos, desejamos, emocionamos, estamos num patamar elevado onde reside a perpétua eternidade. Esta observação destrói o sofrimento e o medo.
Neste dia de Yom Kippur conseguimos a graça divina de nos aproximarmos o mais perto possível deste estado inalteravel de eternidade, no seio de Adonai Elohênu.
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